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A história das vinhas da Região do Douro tem milhares de anos. Há registos de vestígios de videira nesta região há cerca de dois ou três mil anos. Estas descobertas arqueológicas testemunham o cultivo das terras à beira do rio.

Falar do Vinho do Porto é falar de algo que define um povo. É um trabalho de gerações que resultou de muitas experiências e saberes, um símbolo desta cidade.

O Vinho do Porto é único, embora outros vinhos fortificados possam saber de forma semelhante. No entanto, só os vinhos produzidos na Região do Douro podem ser chamados Vinho do Porto.

Foi durante o período de ocupação romana que o cultivo da vinha se desenvolveu. Há vestígios de lagares e adegas que datam do século I (um) d.C ao longo das margens do Rio Douro, com cerca de 850 quilómetros de extensão.

As uvas eram e são cultivadas e colhidas nas encostas da Região do Douro, que moldam os montes, criando paisagens únicas, com cores que variam entre os verdes, avermelhados e os castanhos dourados. Num passeio pelo sereno Rio Douro acima pode testemunhar vistas esplendorosas, a imensidão das vinhas, os montes espelhados no caudal calmo do rio, num verdadeiro espectáculo de luz e cores!

O Vinho do Porto é diferente porque a fermentação não é completa, sendo parada no início e adicionada depois uma aguardente vínica. Por isso é que o Vinho do Porto é naturalmente doce e mais forte do que os vinhos tradicionais. É um excelente aperitivo e acompanhamento com queijos, sobremesas e frutos secos e também um óptimo digestivo, para finalizar da melhor forma uma refeição.

Com a passagem de mais povos por esta região, como os visigodos e muçulmanos, a importância do vinho cresceu, mas é durante o século XIV (de 1301 a 1400) que o Porto começa a escoar este produto para vários mercados de fora, usando o Rio Douro como via de transporte. O Vinho do Porto era transportado nos barcos rabelos, que ainda hoje podemos ver nas margens do Rio Douro. Também era através deste transporte que o vinho chegava às Caves do Vinho do Porto, onde era e é armazenado.

Devido a rivalidades entre os impérios do Norte da Europa, nomeadamente entre Inglaterra e França, os ingleses tornaram-se fiéis a este produto e começaram a procurar cada vez mais este vinho e a importar grandes quantidades. Com este crescimento vieram também os problemas, como interesses e fraudes, por isso, no século XVIII (de 1701 a 1800), as exportações estagnaram, uma parte dos produtores começou a mudar a forma e o conteúdo do Vinho do Porto, o que fez com que os ingleses os acusassem de estar a adulterar o vinho e a sua qualidade. Por causa desta situação e para garantir a qualidade do produto, estabilizar preços e evitar imitações, em 1756 a Região do Douro foi registada como a única zona produtora de Vinho do Porto.

Desde 2001 que existem as aldeias vinhateiras no Vale do Douro (como Favaios, Salzedas ou Trevões), com histórias milenares ligadas à cultura do vinho. Todos os anos realiza-se o Festival das Aldeias Vinhateiras, nos meses de Setembro e Outubro, altura das vindimas. Nesta altura as aldeias enchem-se de visitantes, animação e muitas actividades.

Em Setembro, os socalcos da Região do Douro enchem-se de pessoas que querem participar das vindimas, um trabalho árduo que consiste na apanha das uvas que depois são depositadas em caixas, levadas para os lagares e depois esmagadas pelos pés das pessoas que queiram ajudar nesta tarefa. Muitas quintas abrem as suas portas nesta altura para que visitantes, e não só, possam ver todo este processo.

A Região do Douro tem duas rotas que pode visitar. Na Rota do Vinho do Porto, a maioria das quintas do Douro mostram aos visitantes como se faz a vindima e a confecção do vinho. Os visitantes até podem participar neste processo de produção de vinho. Já viu o que é vestir a pele de um produtor de Vinho do Porto desde o pisar das uvas? Venha daí!

Devido à grande extensão, esta rota está dividida  em três partes: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, dividindo assim os vários concelhos que fazem parte desta região vinícola.
Na Rota dos Vinhos de Cister, há uma grande ligação à religião, já que, naquela área, os monges dedicavam-se às terras em volta, plantando videiras. Como o clima desta região é frio no Inverno e o Verão é quente, as uvas mantêm a acidez, daí que esta região seja famosa pelos seus vinhos espumantes.

Existem diferentes tipos de vinho do Porto. Entre os mais comuns destacamos o Porto Ruby (um vinho do Porto comum, feito de uvas tintas e amadurecido durante vários anos, com sabor doce e frutado) e o Tawny (geralmente amadurecido durante mais tempo do que o Ruby, de cor vermelha acastanhada e armazenado em pipas de carvalho, tendo mais sabor a frutos secos do que o Ruby). O LBV (Late Bottle Vintage) é feito a partir de uma única colheita, seleccionado e amadurecido durante cerca de seis anos, às vezes menos. Já o Porto Crusted é uma mistura de diferentes vinhos de alta qualidade e deve ser decantado depois de aberto, pois é um vinho não filtrado. O nome vem do sedimento que deixa na garrafa. O Crusted é amadurecido no mínimo um ano na pipa e três na garrafa. Deve ser consumido quando é comercializado, não necessitando de mais maturação. O Porto Vintage é o mais nobre dos vinhos do Porto. É feito apenas a partir de uma colheita excepcional de apenas um ano. O vinho é amadurecido em pipas de carvalho durante vários anos e depois em garrafas durante muitos mais (15 a 100 anos). Este será um que guardará na adega durante muito tempo. O Porto Branco vem de uvas brancas como as castas Arinto ou Malvasia. O Porto Branco pode ser muito doce ou muito seco, dependendo da mistura e também é fortificado com brandy, como os outros tipos de Vinho do Porto.

São muitos os prémios que várias casas de Vinho do Porto têm vindo a receber. Em 2013, no concurso International Wine Challenge, os vinhos do Douro destacaram-se claramente e, inclusive, o conhecido apresentador e crítico britânico, Olly Smith, classificou os vinhos portugueses como “um tesouro com jóias ocultas”.